quinta-feira, 30 de julho de 2015

Reflexus



O reflexus é uma composição literária criada pelas poetisas Aila Brito e Esther Lessa.
Segundo as criadoras, o nome do poema significa que ele “se reflete para o próprio tema, é um dobrar o pensamento sobre o assunto”.
Características:
·         estrofes: 1 terceto, 1 dístico, 1 monóstico;
·         repetição do título, fechando o poema;
·         sem métrica;
·         esquema de rima: AAA, BB,o monóstico não rima (verso branco);
·         título.
Existem dois tipos de reflexus: o padrão e o livre. No primeiro, todos os versos devem terminar com palavras monossílabas; no segundo, não é necessário que os versos terminem com palavras monossílabas, e o monóstico pode rimar com o terceto.
O autor deve informar se o reflexus é padrão ou livre.

Referências:
http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/5062985



Melancolia

Desperta com o sol graciosa flor
De suas pétalas ainda cai dor,
Porta no íntimo a triste cor.

No tom do seu vermelho não brilha o pó
Com o qual a lua a banhou de tanto dó.

Ao seu redor está prateado o chão...

                                 Melancolia...

(Reflexus padrão)



Saudade

Na tarde em que cai chuva discreta,
O silêncio da casa muito me afeta.
Minha alma, sôfrega, está tão quieta!

Uma nostalgia sem causa meu peito invade,
Só eu consigo senti-la com profundidade.

No meu imo, entre brumas, imagens diletas...

                                         Saudade...

(Reflexus livre)


Mardilê Friedrich Fabre

Imagens Google

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Grinalda de trovas


Como o nome diz é um poema formado com trovas.
São 5 quartetos (trovas) compostos de versos heptassílbos (redondilhas maiores) e rima intercalada.
As 2ª, 3ª e 4ª estrofes começam com o último verso da estrofe anterior.
A 5ª e última estrofe é construída com os últimos versos das 4 estrofes anteriores, finalizando a grinalda de trovas.
Leva título.
As grinaldas de trovas podem abordar qualquer tema.


Referência



Dor no coração

Coração morre de dor...
Cala em mim a poesia
do poeta sedutor.
Expira a melancolia.

Expira a melancolia
do coração proprietária.
A voz evidencia
frustração desnecessária.

Frustração desnecessária
num impulso de alforria.
Perde o corpo a faina diária,
liberta-se a alma arredia.

Liberta-se a alma arredia
de cadeia involuntária
num gesto de idolatria
às luzes de candelária.

Expira a melancolia,
frustração desnecessária,
liberta-se a alma arredia
às luzes de candelária



Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: diariodebiologia.com


quinta-feira, 9 de julho de 2015

Gemius



Composição poética criada por mim, Mardilê Friedrich Fabre. Um gemius apresenta as seguintes características:

Estrofes: 1 monóstico, 1 dístico, 1 terceto, depois repete: 1 monóstico,1 dístico, 1 terceto, temos, assim, estrofes duplas.

Métrica: versos em redondilhas maiores ou octossílabos.

Rima: A BC ABC A BC ABC
Contudo os versos também podem ser brancos (sem rima, mas com métrica) ou livres (sem rima e sem métrica).

Título: obrigatório.

Tema: fica totalmente a critério do autor.

O nome da composição foi escolhido, levando-se em conta a repetição das estrofes.
O gemius também pode ser escrito com as estrofes invertidas, isto é, começar pelo terceto, ficariam, então dois conjuntos de 1 terceto, 1 dístico e 1 monóstico, mas a rima (se o autor quiser utilizá-la) continuaria a mesma ABC AB C ABC AB C.
Ainda é possível acrescentar outro conjunto de 3 estrofes como as anteriores (mesmo número de versos das estrofes anteriores e a rima também igual), tornando-se a composição um trigemius.




Epitáfio

Não alimento fantasias.


Chamar-me-á um dia o céu
E encontrar-me à espera.


Não me esquecerei das bravias
Noites que vivemos ao léu.
Plena eu da tua paz sincera.

Por que dos silêncios dos dias



Num ímpeto, fiz do tempo réu
E presa fiquei nesta esfera?


O meu epitáfio (manias),
Tracei na lápide, troféu,
Dos versos que a vida incinera.




Mardilê Friedrich Fabre 
Imagem: sempapelecanetacomalmaecracao.blogspot.com

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Dimidium



Este tipo de poema é uma criação minha (Mardilê Friedrich Fabre).

É muito fácil escrever um dimidium:

Estrofe: um quarteto;

Métrica: 1º verso = 8 sílabas poéticas;
            2º verso = 4 sílabas poéticas;
            3º verso = 3 sílabas poéticas;
    4º verso = 1 sílaba poética;

Rima: versos brancos, ou, se o autor preferir, fica a seu critério a disposição da rima no quarteto;

Título: obrigatório

Tema: o dimidium pode versar sobre qualquer tema.

O nome do poema vem do latim e quer dizer metade, tendo-se em vista que o 2º, o 3º e o 4º versos têm a metade do número de sílabas poéticas do anterior.

O dimidium admite inverter nos versos do quarteto o número de sílabas poéticas, começando o 1º verso com uma, o 2º, com duas, o 3º, com quatro e o 4º, com oito.

Temos, então dimidium descendente e ascendente.

O dimidium ainda permite duas formas espelhadas, ou seja, dois dimidiuns ao contrário, descendente e ascendente ou ascendente e descendente, formando o mesmo poema.

Exemplos das possibilidade de dimidium.i


Dispersa

No turbilhão da minha vida,
O meu destino
Desvia-se.
Perco-me.


Cerceada

Quero
Dispor
Os meus papéis,
Porém força maior os trama.



Clamor

Minh´alma quer de volta a tua.
Não desfez elos
De amor.
Geme,
Clama
Fremente
Por tua voz,
Pelos sons dúlcidos em dós.



Tempo impiedoso

Sinto
O tempo
Que pelos meus dedos
Escorre inexorável... tétrico...
Hirta, pelo nada rodeada,
De mim cativa,
Espero-te,
Fim.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagens: Google