domingo, 19 de outubro de 2014

Vilanela

A Vilanela surgiu no século XVI, na Itália, como letra que acompanhava canções napolitanas. Como forma de poesia e de canção, estendeu-se também pela Inglaterra. Depois, estendeu-se aos demais países como expressão poética. No Brasil, talvez devida a musicalidade dessa modalidade poética, obteve grande apreço dos poetas.
A vilanela é um poema formado por uma quadra e vários tercetos (sem número definido), com a métrica de versos em redondilha maior (7 sílabas), e a rima alternada (A,B – duas rimas apenas). O primeiro e o terceiro versos da primeira estrofe aparecem alternadamente como último verso nas estrofes seguintes.
Uma variante da vilanela surgiu em Portugal. Começa com tercetos que repetem alternadamente dois versos, que são o 3º e 4º verso da quadra que termina a poesia.

Referência:





Versejo à mulher formosa

Então cesso de ser prosa 
e me faço poesia.
Versejo à mulher formosa
e tudo vira magia.

O mundo está cor-de-rosa,
Minh´alma em todos confia,
Então cesso de ser prosa.

A expectativa em mim tosa
A insipidez deste dia:
Versejo à mulher formosa.

Tão viva flor buliçosa
Grita de amor e euforia,
Então cesso de ser prosa.

Em gotas, a emoção dosa
A sina que se desfia,
Versejo à mulher formosa.

Ante mim resplendorosa
Desaparece ela esguia,
Então cesso de ser prosa.

Silhueta vaporosa
O milagre propicia:
Versejo à mulher formosa.

Com o consolo se entrosa
A tristeza em demasia,
Então cesso de ser prosa

Em outro lugar, gloriosa,
Do concreto se esvazia.
Versejo à mulher formosa.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem:peapaz.ning.com 

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