quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Glosa

Glosa é uma composição poética utilizada pelos poetas do Nordeste do Brasil, principalmente os cantadores, em forma de uma ou mais décimas (estrofe de 10 versos) que respondem a um desafio, expresso em forma de mote. O mote é, geralmente, um dístico, ou seja, dois versos decassílabos. Esses versos se apresentam na glosa de duas formas mais comuns:
Os dois versos aparecem no fim da estrofe, compondo a rima, que, na maioria das vezes, segue o esquema ABBAACCDDC.
Um verso do mote aparece como quarto verso da glosa, e o outro verso na última posição. O esquema rítmico é semelhante.

 

(CAMPOS, Geir. Pequeno Dicionário de Arte Poética. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1960).


Vazio 
em meu peito

Mote:
“Se ao longe, a melodia acena,
Vazio cativo em meu peito.”
                Denise Severgnini

À noite, é triste a cantilena
Que acalenta o meu aconchego
E restitui o meu sossego.
Se, ao longe, a melodia acena,
Perto, em mim, a paixão serena.
Espero-te, sim, do meu jeito.
Estou . A derrota aceito.
Permiti que tomasses conta
De minh´alma. Agora estou tonta:
Vazio cativo em meu peito.

Mardilê Friedrich Fabre 
Imagem: coisasdeumavida172.blogspot.com

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