domingo, 31 de julho de 2016

Vaivém nunix



Composição poética criada pelo poeta brasileiro Christiano Nunes.
Para compor um vaivém nunix, devem-se observar estas normas:

estrofes: cinco estrofes: quatro quartetos e um monóstico cuja construção é a seguinte:
O monóstico repete o 1º verso do poema;
a 2ª estrofe é a repetição da 1ª estrofe invertida, então:
1º verso= 4º,
2º verso= 3º,
3º verso= 2º,
4º verso= 1º,
a 3ª e a 4ª estrofes seguem o mesmo esquema;

métrica: todos os versos são redondilhas maiores;

rima: 1ª estrofe: AB / AB
          2ª estrofe: BA / BA
          3ª estrofe: CD / CD
          4ª estrofe: DC / DC
          5ª estrofe: A;

leva título;

tema: livre.

Observação:
Existe o vaivém nunix atípico.
Também se compõe, invertendo os versos na 2ª e na 4ª estrofes, só que , em vez de repetir o mesmo verso, se escreve o verso com outras palavras ou se escreve outro verso, desde que a idéia seja a mesma.

Referência:
http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/4157287





Fosforescência

O sereno fosforesce
Nas pétalas de cetim
Da rosa vermelha em prece.
Como tu brilhas em mim.

Como tu brilhas em mim,
Da rosa vermelha em prece,
Nas pétalas de cetim,
O sereno fosforesce.

Lua que anda devagar,
Encantada com a imagem
Lança fios de luar
P´ra aperfeiçoar miragem.

P´ra aperfeiçoar miragem
Lança fios de luar,
Encantada com a imagem
Lua que anda devagar


O sereno fosforesce.

Mardilê Friedrich Fabre.
Imagem: www.osmais.com

domingo, 10 de julho de 2016

Endecha

Segundo Houaiss, é uma “composição poética de assunto melancólico, formado de estâncias de quatro versos de cinco sílabas”.

O termo endecha é derivado do latim (declaração das virtudes dos mortos) e designa a composição poética que remonta à Grécia Antiga, variante da elegia, com a qual se cultivavam as ladainhas ou cantos fúnebres. A diferença entre elegia e endecha é que a segunda é um poema mais curto.

Em Portugal, a endecha foi cultivada do séc.XVI ao séc.XVIII e não apresentava o tema fúnebre originário.

Para escrever uma endecha o essencial é obedecer às normas:

estrofes: quartetos;

métrica: versos de cinco ou seis sílabas;

 rima: esquemas ABCB, ou ABAB ou ABBA;

tema: composição triste e melancólica;

título: obrigatório.

Usa-se também a palavra endechas (no plural) porque o poema é constituído por mais de uma estrofe.

Referência






Sinto falta


Ah! o teu adeus...
Ecoou em mim...
Tão tristonho o fim
Dos carinhos teus.


Como sinto falta
Da sabedoria.
A paz transmitia
Sempre em voz alta.




Hoje só agruras
Em minha pobre alma...
Nem o eco acalma
Do lume e das juras.


A saudade dói
Como um punhal
Que goteja o mal,
E a perda corrói.


A dama de véu
Levou-te sem pena.
Fim de vida amena.
Foste para o céu.


Lágrimas verti,
Perdi a alegria,
Quando te veria?
Amarguei sem ti.


Ainda te vejo.
Quieto me escutas
Traçar minhas lutas,
Revelar desejos...


Só o que me resta
É a firme espera.
Um desejo impera:
Poder ver-te em festa.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem:reencontros-dinamc.blogspot.com

domingo, 26 de junho de 2016

Gazela



Foi o poeta peruano Manuel González Prada quem introduziu em sua obra este tipo de composição literária. Ela consta de uma estrofe de 10 ou 12 versos de oito sílabas poéticas ou mais. Os dois primeiros versos rimam entre si, os demais versos pares rimam com os dois primeiros, e os outros versos ímpares não rimam, ficando assim o esquema da rima: AABACADAEA(FA).
O título é dispensado e pode versar sobre qualquer tema.

Referência:
http://vademecum-poetico.blogspot.com.br/2010/08/otras-formas-poeticas.html




Minha querida, não me deixes só,
Não morras como a flor; de mim tem dó.
Eflui em versos, não queimes minha alma.
Vê, peço-te em palavras de filó
Para que possas ser tênue e sutil
E em letras transversais gravar na mó
Este amor que me abrasa inteiramente.
E a vida me tombou em dominó...
Dance em sonoros cantos outonais
A poesia, que a tarde finda em pó.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem:www.flickr.com

sábado, 11 de junho de 2016

Rimas em duplas



Este tipo de composição literária é uma criação da escritora brasileira Madaglor de Oliveira (Maria da Glória de Jesus de Oliveira). Este tipo de poema apresenta como características:

Estrofes: 3 dísticos;

Métrica: sem métrica

Rima: rima interna e no final;

Tema: à escolha do autor;

Título: obrigatório

Referências


http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/5237330






O que faço agora?


Neste dia sombrio, a dúvida me faz companhia
De angústia me contagio, esvai-se a energia.

Desanimada, não corto as amarras
Que para dentro de mim porto como garras.

Insisto no sofrimento, meu coração chora.
Nem sorrir mais tento, nem sei o que faço agora.


Mardilê Friedrich Fabre

Imagem:umanjosombrio.tumblr.com

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Decineto



Composição poética criada pelo poeta cubano Ernesto Rodriguez Del Valle, combinando a estrutura da décima e do soneto.

O poema é formado por 10v, cuja estrutura é:
1)   Estrofes: 1 quarteto, 2 tercetos, podendo variar: 2 tercetos e 1 quarteto; 1 terceto, 1 quarteto e 1 terceto; o autor tomou como base 10 versos com a estrutura das estrofes do soneto, daí seu nome: decineto (menos 1 quarteto)

2)   Versos: octossílabos, preferencialmente, mas podem também ser de arte maior.

3)   Rima: o esquema da rima pode variar, mesmo porque varia também a posição dos tercetos e do quarteto. Existem várias possibilidades, por exemplo, ABBA – CDC – CDC (CDE); ABA – ACCA – CDC; ABA – CBC – DEED; etc.

4)   Leva título.

5)   Todos os temas servem para compor decinetos.


Referência:
http://vademecum-poetico.blogspot.com.br/2009/12/el-decineto.html




Perdoa-me

Perdão pelo que não te disse,
Porque as palavras na garganta
Travaram, e a dor era tanta!
Fez do som abstrata doidice.

Perdão pelo silêncio agudo
Da minha mente emaranhada
E deste meu coração mudo.

Perdão, porque te desiludo
E desisto de ti por nada,
Embora tenhas sido tudo.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: almanaquedospais.com.br

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Quadratura


Criado pelo poeta espanhol José Mañoso Flores em 1993, este tipo de poema monostrófico tem onze versos hendecassílabos (11 sílabas poéticas), com o esquema de rimas: ABCDEDEDCBA. O sexto e o oitavo versos rimam com o quarto. Pode-se dizer que há um hiato na rima, pois o verso sete rima com o quinto e os versos oito, nove, dez e onze rimam com o quarto, o terceiro, o segundo e o primeiro, respectivamente.
O título é obrigatório, e todos os temas servem para escrever quadraturas.

Referência:
http://vademecum-poetico.blogspot.com.ar/2009/11/estrofas-de-once-versos.html





Estigmas vitais

Noto que imprimi as minhas digitais
No longo caminho por mim percorrido.
O tempo brincou de pegador comigo.
Fugi muitas vezes, e ele... sem dar paz...
Andei por cidades e pelas planícies
Quando me encontrava, porque vinha atrás,
Então me tratava com tantas blandícies,
Tantas atenções que me atraíam num ás!
Sempre se fazia de meu grande amigo.
Depois de ferida, o que importa o gemido?
Mas leguei ao mundo estigmas vitais.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: amira-anish.blogspot.com


sábado, 9 de janeiro de 2016

Guaroj

Guaroj é uma palavra charrua que significa dez.
Este tipo de composição poética foi criado em 2010 pelo poeta uruguaio Nelson Guerra.
É composto por uma décima com versos octossílabos e rimas assonantes emparelhadas. O 1º verso e o 4º repetem-se como 9º e 10º. Admite outros metros: redondilhas maiores, eneassílabos, hendecassílabos, decassílabos, tridecassílabos, etc.
O título é desnecessário, e não possui tema específico.

Referência:



São versos no fim do horizonte...
Sumiram-me das mãos p´ra longe,
Fugiram-me da suave fonte,
Abriga-os coração doce.
Minhas emoções impelidas
Pelo vento na manhã fria.
Alegres? Tristes? Que importa!
Inquietações? Sonhos? Memórias!
São versos no fim do horizonte,
Abriga-os coração doce.

Mardilê Friedrich Fabrre
Imagem:jjcruzfilho.blogspot.com